O avião decolou e minha cabeça já não me deixava em paz... falei até pra minha housemate, quando cheguei em casa desse fatídico dia, esse é o mal de quem lê demais, de quem é bem informado... preferiria não saber, por exemplo, que no acidente da TAM em Congonhas, quando a aeronave atravessou a avenida e explodiu no hangar da própria TAM, falou-se de que o avião estava pesado demais, o que teria dificultado a freada... também não queria saber que os passageiros das primeira poltronas não puderam ser identificados porque o calor excessivo derreteu até suas arcadas dentárias... preciso lembrar que minha poltrona era a 4C???
Digamos que eu vivi 1h40m de um intensivo teste para cardíacos. Quando meu coração não estava batendo na minha garganta (juro que senti) ele estava tentando se acalmar sob o volume máximo do meu IPod... tudo isso pra evitar que eu olhasse as janelas e visse as nuvens pretas que chacoalhavam o avião, mas nada demais... turbulência não foi o problema... na verdade eu queria que meu IPod abafasse o barulho “estranho” que o motor fazia... não sei se era estranho ou não, mas ele tinha picos de continuidade e em seguida fazia um silêncio “ensurdecedor”... a essa altura eu já achava que o motor tinha apagado e a gente ia planar até cair no meio do mato... fiquei pensando em qual seria o jeito menos pior de morrer: se o avião se desintegrasse no ar ou se ele se esborrachasse no chão... a essa altura eu já lembrava de tudo que tinha lido sobre a queda do avião da GOL!
Pra completar, minha “companheira de fila” parecia mais preocupada que eu... vinda de São Luis, ela acompanhava o filho (de uns 6 anos) que precisava de visitas constantes a um médico aqui em SP... ele nasceu com problemas cardíacos. Ele na janela, ela no meio e eu no corredor... então, a certa altura ela me perguntou com aquele rosto humilde e desconfiado: “Estranho o barulho desse avião, né?! O que você acha???”. Minha vontade era abrir o berreiro e contar de todo “cagaço” que tomava conta de mim... mas segurei a onda e disse que ela não se preocupasse, que aquilo era normal... eu estava mentindo, né?! Mas do que adiantaria mais uma pessoa em pânico???
Digamos que eu vivi 1h40m de um intensivo teste para cardíacos. Quando meu coração não estava batendo na minha garganta (juro que senti) ele estava tentando se acalmar sob o volume máximo do meu IPod... tudo isso pra evitar que eu olhasse as janelas e visse as nuvens pretas que chacoalhavam o avião, mas nada demais... turbulência não foi o problema... na verdade eu queria que meu IPod abafasse o barulho “estranho” que o motor fazia... não sei se era estranho ou não, mas ele tinha picos de continuidade e em seguida fazia um silêncio “ensurdecedor”... a essa altura eu já achava que o motor tinha apagado e a gente ia planar até cair no meio do mato... fiquei pensando em qual seria o jeito menos pior de morrer: se o avião se desintegrasse no ar ou se ele se esborrachasse no chão... a essa altura eu já lembrava de tudo que tinha lido sobre a queda do avião da GOL!
Pra completar, minha “companheira de fila” parecia mais preocupada que eu... vinda de São Luis, ela acompanhava o filho (de uns 6 anos) que precisava de visitas constantes a um médico aqui em SP... ele nasceu com problemas cardíacos. Ele na janela, ela no meio e eu no corredor... então, a certa altura ela me perguntou com aquele rosto humilde e desconfiado: “Estranho o barulho desse avião, né?! O que você acha???”. Minha vontade era abrir o berreiro e contar de todo “cagaço” que tomava conta de mim... mas segurei a onda e disse que ela não se preocupasse, que aquilo era normal... eu estava mentindo, né?! Mas do que adiantaria mais uma pessoa em pânico???
Em todas as vezes que o motor “parava” meu coração parava de bater também... o IPod já não tinha mais volume e o que falar daquela hora em que o avião parece que vai perder altitude e sua bunda quase levanta da poltrona??? Nessas horas acho que pegava meu coração no chão e enfiava no peito de novo...
Pensei em chamar a mesma Comissária e implorar pela verdade: “Tá tudo normal????? Que barulhos são esses???? Por que esse motor varia tanto????”, mas imaginava que isso ia chamar atenção de outros passageiros e eu poderia criar um clima tenso no avião... eu não queria isso... lembrei até de um episódio de Friends (adoro!!!) em que Phoebe quer impedir Rachel de viajar, e com ela já embarcada fala por celular que o avião está com um problema na “falangie”, uma peça que simplesmente não existe... basta Rachel repetir isso alto que todos acabam descendo do avião... kkkkkk
Bom, não consegui comer NADA e só fazia rezar pra que aquilo terminasse logo... rezei muito!!!! Foi quando já passadas 1h desse sufoco, em meio a uma área de instabilidade com todos de cintos atados, inclusive a tripulação, o Comandante avisou que estava iniciando o procedimento de descida... pensei: “Ótimo!!! Mais uns 20min, no máximo, e saio desse sufoco...”.
Mas quem for um leitor atento, e souber fazer conta, vai notar que minha previsão estava errada...
(Já sabem... :p)
3 comentários:
Anciosa,aguardando a 3ª parte. E eu, só pelo atraso,já estava aqui agoniada... imagine se pudesse imaginar o q vc estava passando!!
Vá contando... Vá contando...
Tô lendo...
Beijos
É... você me conveceu! Viagem cancelada. kkkkkkkkkk Avião??? Oxe, como com farinha. Chego já aí. bju
Postar um comentário