segunda-feira, 26 de maio de 2008

Retrato Eletrônico

Eu resolvi escrever um blog no final do ano passado, mas eu só queria começar pra valer quando tivesse certeza de que não ia faltar fôlego pra dar continuidade a ele. Por isso fiquei hesitando por um tempo, até que movida pela virada do ano resolvi colocar a mão na massa.

Aliás, esperei como uma louca a virada do ano (2007/2008), mas não como a virada do ano passado (2006/2007), onde eu estava saindo de um péssimo ano da minha vida pessoal e esperançosa de que minha sorte mudasse. Na verdade a gente sempre espera que a sorte mude quando mudam os ciclos, né verdade? Tipo, “Depois do meu aniversário eu vou emagrecer”, ou então “Depois daquele período eu vou começar a levar a faculdade a sério”... engraçado como a gente vive adiando as coisas, como se fosse impossível começar as mudanças que se quer de imediato, já perceberam?

Enfim, sou um ser humano bem ordinário (no sentido de ser comum, claro), assim, eu também espero as mudanças de ciclos pra tentar mudar meu comportamento, e foi assim que esperei 2008 chegar, depois de um 2007 bem bacana, mas muito “morno”, eu queria realmente promover mudanças na minha vida e pra isso era preciso mudar uma série de coisas. Bom, pelo menos o principal eu já tinha, que era a consciência disso.

Comecei devagar e tem dado certo. Olhos gordos que não me “escutem”, mas tem sido um ano MUITO MUITO MUITO bom... e que os anjos da boca mole digam amém até que ele acabe... aliás, que essa coisa boa se perpetue pelos anos que virão! :p

O blog foi inaugurado em 02 de janeiro e minha primeira mensagem (“A Receita de Ano Novo do Poeta”) fala exatamente sobre tudo isso que eu falei. Da necessidade que eu sentia de olhar mais pro meu próprio umbigo e dar um gás na minha vida, sem me importar em ter que esperar o ano novo chegar pra fazer isso, pelo menos eu ia tentar...

Textos como o postado no início do ano vêm se repetindo até hoje, quase metade do ano. Foi assim, mesmo sutilmente, em “Queridos Amigos” de 19 de fevereiro; mais diretamente em “Chutando o Balde” de 03 de março (gosto MUITO desse post... meu preferido!) e também em “O Papel dos Amigos”, este mais recente, publicado em 08 de maio.

Acredito que o blog pode ser dividido entre vários tipos de textos e eu procuro alternar o foco desses posts pra não cansar quem vem por aqui sempre e pra não dar ao Tolices S/A nenhum tipo de rótulo que não seja aquele que eu mesma dei em sua criação: “uma ode a tolice e ao ócio criativo”.

Existem textos meio desabafo, onde eu acabo “filosofando” sobre as coisas que penso e naquelas em que acredito (a exemplo de “Os bons morrem jovens” de 24 de janeiro e “Rir é o melhor remédio” de 20 de maio). Noutros eu sou sentimental ao extremo e acabo escrevendo coisas sobre minha vida ou sobre minhas relações afetivas (Exemplos: “Qualquer Semelhança é Mera coincidência” de 09 de fevereiro e “Fiquei pra Titia” do dia 26 daquele mesmo mês).

Acho que pra vocês os mais legais são os posts besteirol mesmo, né?! Ali eu escancaro minhas opiniões e revelo minhas tolices ou em outras ocasiões, acabo falando sobre viagens e festas, sempre procurando ter uma boa história pra contar e deixar interessante pra que mesmo as pessoas que não participaram da festa ou da viagem sintam vontade de ler. É mais complicado nesse caso, mas rola... isso porque eu não quero que o blog se torne uma simples vitrine da minha vida, mesmo sabendo que essa é a finalidade de muitos blogs por aí. Eu prefiro mesclar meus interesses...

Só fico chateada de não poder responder aos comentários da galera. Tem uns que me deixam com a mão coçando!!!!! No caso de Isabela Nardoni eu não resisti e fiz um post pra responder a todos que comentaram, mas não dá pra fazer isso sempre senão acaba ficando chato. Prefiro que fique sempre assim: eu escrevo; vocês lêem; quem quiser comenta pra acrescentar alguma coisa e isso se torna público.

É até engraçado porque ao escrever eu fico prevendo se o post vai repercutir ou não. O de Isabela eu sabia que ia 'bombar'... inevitável, né?! E em posts como o de hoje é mais natural que apenas se leia, porque não há muito pra comentar mesmo...

Na verdade eu tinha ficado de fazer uma retrospectiva depois daquela parada de pouco mais de um mês entre março e abril, mas depois achei cedo demais pra fazer isso... talvez o mês de dezembro seja mais propício. De qualquer forma reli tudo que escrevi e vi um filme passando na minha cabeça, porque a depender do post eu me lembro exatamente do momento em que ele foi escrito e do que se passava na minha vida ali. Ver mudanças é sensacional, ainda mais quando quase todas foram pra melhor...

Como disse, o postChutando o Balde” (http://tolicessa.blogspot.com/2008/03/listas-listas-e-listas-desde-cedo-gente.html) foi o que eu mais gostei até agora, porque foi esperando “adubar” a vida em 2008 que eu resolvi criar um blog (pra de certa forma relatar isso aqui também, levando em conta que escrever é bem terapêutico pra mim) e depois de “A Receita de Ano Novo do Poeta” foi nesse post que eu demonstrei todo o meu esforço em direção a isso.

Eu continuo ‘riscando minha lista’ e determinadas mudanças, pelo menos pra mim, já são bastante visíveis. É aquela coisa... se você continua vivendo da mesma forma sempre, os anseios de mudança nunca vão se concretizar, simplesmente porque não há como mudar quando se continua conduzindo a vida dentro de uma ‘mesmice’. Se você muda o tom, se você busca mudar suas rotinas (sim, assim no plural mesmo) e, principalmente, suas posturas, a mudança se torna uma simples conseqüência. Só não dá pra prever se todas as mudanças virão pra melhor ou pra pior, né?! Aí, neguinho, é rebolar pra que esse trabalho catalise boas energias pra você, sem prejuízo de outras pessoas. Não é tão difícil assim... basta querer e correr atrás.

O blog, portanto, é uma constatação pública de muitas tolices (ainda que criativas, confesso), mas também de uma busca que eu acredito seja intrínseca a todo ser humano: a busca de querer ser alguém melhor.

E vâmo que vâmo...

terça-feira, 20 de maio de 2008

Rir é o melhor remédio!

Há alguns dias eu quase dediquei um novo post ao “estresse”. Estava tão pressionada no trabalho e me sentia tão esgotada fisicamente no final do dia que cogitei a possibilidade de pesquisar o sintoma a nível científico e entrelaçá-lo com as experiências do cotidiano. Mas o próprio estresse era tão grande que eu sequer tive coragem de sentar e escrever sobre ele mesmo!!!

E também porque eu queria falar de algo mais aprazível depois de dois posts meio ‘carregados’ e de cunho pessoal, como os últimos... queria falar sobre algo que me desse a oportunidade de desenvolver uma escrita leve e agradável, não só pra mim, mas pra todos que visitam o blog, enfim, falar de uma “tolice” qualquer. Ontem a noite, depois de duas crises de riso (uma no celular, outra no MSN), eu não tive dúvidas: é sobre o poder da gargalhada que eu quero escrever!!!

Pensem comigo. Certas coisas (ou situações) produzem no ser humano uma enorme sensação de prazer, de bem estar: devorar uma barra de chocolate na TPM, fazer xixi depois de beber 5 chopes, escutar por acaso sua música preferida tocar na rádio, sexo... (ah, num vô mentir! :p). Mas uma boa gargalhada tem seu lugar... ah se tem!

Você lembra a última vez que sorriu incontrolavelmente???
Tente lembrar aquela sensação maravilhosa, de como você se sentiu leve e de como foi prazeroso...

Eu mesma, tirando as crises de ontem (mais contidas), fui vítima de um grave colapso (sim, aquilo foi um colapso!) de risos incontrolados há umas 3 ou 4 semanas atrás, na saída de um barzinho aqui de Aju em companhia do meu irmão e mais duas amigas. Não me pergunte do que a gente riu... EU NÃO LEMBRO!!! Mas lembro de como ríamos um da cara do outro e aquela sensação vem novamente à tona... só de lembrar já é maravilhoso! Vale frisar que uma dessas amigas não ‘agüentou a pressão’ e fez xixi nas calças... kkkkkkk lamentável!!!!

Na verdade o sorriso é uma grande arma. Muitos hospitais mais avançados já estão utilizando a força do sorriso para ajudar o restabelecimento de seus pacientes. Estão aí os “Doutores da Alegria” que não me deixam mentir! Pesquisadores ao redor do mundo continuam se debruçando sobre o poder das emoções positivas na conservação da saúde e da longevidade e os resultados são muito bons, pra conferir basta jogar no Google.

Já se sabe, por exemplo, que o simples ato de abrirmos os lábios em um sorriso movimenta cerca de 73 músculos da face e envia ao cérebro um comando de bem estar e segurança. Mas acho que não é preciso um estudo científico pra que a gente saiba disso, né?! No dia-a-dia todos nós conhecemos o poder e a força de um sorriso genuíno, especialmente as respostas positivas que atraímos daqueles a quem o dirigimos.

Li uma frase na net que sintetiza bem isso que eu acabei de dizer: “A nossa face permite aos outros saberem que emoções estamos a experimentar, enquanto que o resto do corpo revela a intensidade das nossas emoções (Garner, 1997)”. Agora imaginem a quantas pessoas um sorriso ‘rasgado’ seu pode fazer bem hoje ou, invertamos os personagens: o quanto poderia lhe fazer bem receber um sorriso rasgado do rosto de alguém...

É por isso que especialmente naqueles dias em que a gente não se sente muito bem, está estressado ou decepcionado, triste, meio perdido sem saber o que fazer, o melhor remédio é se cercar de pessoas que coloquem o astral da gente lá em cima... as chances de que esse encontro lhe provoque uma boa gargalhada são grandes e que, assim, você consiga amenizar os seus sintomas. Não resolve, mas ajuda.

Entendeu, "nojento"? “Tcham!!!" :p

terça-feira, 13 de maio de 2008

Los Hermanos (...os originais!)

Já escrevi aqui no blog sobre os meus sobrinhos (http://tolicessa.blogspot.com/2008/02/fiquei-pra-titia.html) e num futuro breve espero escrever sobre os meus pais. Por hora me deu vontade de falar sobre esses dois caras que fazem parte da minha vida desde o dia que eu nasci: meus “hermanos”. E se preparem que esse post vai ser dos grandes!!!

Cheguei 5 anos depois do meu irmão mais novo ter nascido (Juba Sam) e 7 anos depois do meu irmão mais velho (Deco).

A família – pelo menos na opinião do meu pai – já estava completa, mas minha mãe deu uma volta no garotão (meu pai tinha 33 anos na época) e me encomendou meio que à surdina... tudo isso porque ela queria uma menina. E ela conseguiu!

Reza a lenda que o tempo fechou lá em casa quando o teste positivo apareceu... mas no fundo no fundo Dona Vera estava certa e a família ganhou uma caçulinha (ainda bem, já tinha muito cheiro de cueca por lá! :p).

Todo mundo me fala que desde o início meus irmãos eram loucos por mim... (auuuuu!). Brincadeiras à parte, não me lembro de ouvir alguém contar que rolou ciúmes ou algo do tipo... eu era meio que um bibelô que merecia cuidados dos irmãos mais velhos e a gente foi crescendo assim.

Eu tinha tudo pra ser a criatura mais mimada do mundo!!! Era a menininha da família e a caçula. Os braços de minha mãe eram quase sempre meus, até porque eu amava andar no colo dela (preguiçosa desde cedo... aff...) e meus irmãos já estavam grandinhos demais pra isso. Mas contra todas as previsões e afora um dengo aqui e outro ali, eu nunca fiz o papel de mimada, graças a Deus.

Em grande parte devo isso aos meus irmãos. Eles me tratavam com carinho, mas não me davam colher de chá não... já maiores, durante as brigas fui trancada no banheiro ou no meu quarto “n” vezes... num dos episódios que eu mais gosto de contar, eles amarraram meus pés e minhas mãos, puseram uma frauda (de pano, claro... década de 80, gente!) na minha boca e me colocaram dentro do elevador pra que eu descesse do 12º andar onde morávamos até o térreo... SOZINHA! Fiquei PUTA no dia... mas hoje dou MUITA risada... eu realmente estava enchendo o saco deles... kkkkkk... aliás, eu adoro encher o saco deles até hoje (só espero que eles nunca mais me coloquem de pijama amarrada no elevador!) :p

Nossas relações, fora essas animosidades (eh eh), sempre foram de muita cumplicidade.

Juba sempre foi mais companheiro na infância e adolescência porque nossa diferença de idade era menor. Enquanto André já estava andando de skate e arranjando umas namoradas, a gente tava em casa construindo cabanas no meio da sala usando lençóis, pregadores, vassouras e as cadeiras da mesa de jantar. Ficávamos ali a tarde toda comendo Farinha Láctea com Nescau e assistindo Sessão da Tarde. Quando não, a gente fechava a cortina do quarto dele, deixava tudo escuro, e com a “radiola” no volume máximo fingíamos que estávamos fazendo um show... era só prender cabos de vassoura na lateral da cama, ajustar a altura usando almofadas e pegar nossas guitarras de plástico... putz... era massa... a gente sempre terminava com o vinil do RPM, aquele Ao Vivo!!!!

Ai... que saudade que deu... isso me fez lembrar também das manhãs em que os dois me acordavam ao som de “Seu Felipe, dorminhoco“ da Turma do Balão Mágico... Lembram dessa? “Aaaaaaaacorda!!! Dorminhoco tá na hora de acordar. Aaaaaaaacorda!!! Preguiçoso você tem que levantar. Pega todo mundo no colchão, joga esse folgado lá no chão... Aaaaaaaacorda!!! Seu dorminhoco, preguiçoso e folgadão!” kkkkkkk eles fizeram isso vááááááarias vezes!!! Eu fingia que tava puta, mas eu adorava... :p

Mas voltando a Juba, outra coisa que nos aproximava muito era nosso gosto por filmes. A gente podia passar horas assistindo De Volta Para o Futuro ou Os Gonnies... e de fato durante esses anos a gente era um grude só! Eu chamava meu irmão de “meu bichinho” e ele vivia cheirando entre os dedos do meu pé... kkkkkkkkk JURO!!!!

André já era uma outra geração, né?! Sei lá... são só 2 anos dele pra Juba, mas André sempre foi muito rueiro, nossos turnos no colégio eram diferentes e a impressão que eu tenho hoje lembrando daquela época é que eu enxergava ele como um “cara maduro”, com outros interesses, enfim, um irmão mais velho! E depois que ele passou no vestibular (1992 – eu tinha 11 anos) o convívio diminuiu mais, porque além da UFS ele começou a dar aulas pra ganhar uma grana. Eu acabava encontrando pouco com ele.

Em 1995, entretanto, Juba passou no vestibular e foi morar em Campina Grande. Dois anos depois André casou e eu fiquei “sozinha” em casa.

Muito tempo se passou e todo mundo cresceu. A radiola foi pro lixo, assim como o Genius e o Odissey. Juba continuava em Campina Grande, André foi morar no Rio e eu estava na faculdade.
Acho que nesses anos a coisa acabou se invertendo um pouco e minhas afinidades com André começaram a aflorar. Nossa diferença de idade já não era mais tão visível e a gente pôde se reconhecer... reconhecer o quão éramos cúmplices e não sabíamos aproveitar. Nossos gostos, nosso estilo de vida mais “aloucado”... as inúmeras afinidades que surgiram com o passar dos anos.

No começo, mesmo mais próximos, ele ainda era o cara que me mandava uma grana do Rio (a vida de universitária era dura, galera) e aquele cujo nome constava na agenda no espaço “em caso de emergência avisar a...”. Não que o nome dele não esteja mais, é justamente o que está, afinal de contas não quero matar meu pai nem minha mãe de infarto antes de me dar socorro, né?! Rs... mas foi especialmente depois que ele voltou do Rio que a gente se tornou inseparável, porque é isso que a gente é.

Na verdade tenho dois irmãos que têm estilos completamente diferentes, cujas relações que mantenho também são completamente diferentes. De idêntico só o amor... incondicional até o fim.

Juba é o cara que eu mais brigo na face da terra... kkkkkkk a gente é incapaz de desligar o telefone sem discordar de alguma coisa (ele mora no Rio há 5 anos). Segundo ele eu tenho que ser monitorada 24hrs. por dia porque sou uma criança! Fico puta quando ele me trata como se eu fosse uma retardada, uma incapaz... mas como a gente cresceu grudado eu até entendo... assimilei esse instinto protetor dele recentemente quando a gente foi com uma galera pro show de Roger Waters lá no Rio. Na entrada da Apoteose rolou um aperto federal... enquanto André (pica tonta total... kkkk) entrava todo empolgadão eu senti aquela mão por cima do meu ombro. Ele ficou assim até a gente conseguir entrar e ficar num lugar mais seguro...

De qualquer forma eu me divirto com essa “rabugice” que rola entre a gente, mas não dou o braço a torcer!!! Noutro episódio recente ele não queria me deixar ir ao Maracanã com um grupo de amigos. Me colocou a maior pilha pra desistir porque era perigoso, porque eu não tenho costume de ir pra estádio e isso e aquilo... claro que eu fui, né?! O que ele tem de cuidadoso eu tenho de teimosa! E deu tudo certo, graças a Deus. Foi massa!


Já André... bom, André é aquele cara que troca email comigo o dia inteiro só pra falar besteira... aquele cara que me liga 1h da manhã colocando pilha pra eu ir encontrá-lo em algum lugar da cidade só porque ta rolando um som que ele sabe que eu gosto... que é capaz de sair de casa tarde da noite só pra me “resgatar” num posto de gasolina porque eu abasteci meu carro e na hora de pagar o sistema do cartão saiu do ar. Daí ele paga minha gasolina e a gente ainda entra na Select pra beber alguma coisa e trocar uma idéia... como se não bastasse, 'o cara' é pai dos trocinhos que eu mais sou louca nessa vida: meus sobrinhos Artur e Bernardo.

Eu poderia ficar aqui horas e horas falando sobre meus irmãos, contando 'causos', falando sobre como cada um se mostra pra mim... mas acho que tudo se resume ao fato de que antes de mais nada meus irmãos são meus amigos... os meus melhores amigos. E é por essas e outras que eu amo estar viva, porque sei que por maior que seja a adversidade eu NUNCA vou estar sozinha.

Amo vocês...

quinta-feira, 8 de maio de 2008

O Papel dos Amigos

Sempre bati no peito e enchi a boca pra falar dos meus amigos. Desde os tempos de colégio, graças a Deus, estive sempre rodeadas de pessoas queridas que me faziam me sentir mais querida ainda... minha mãe brincava dizendo que eu só queria viver na casa do povo, que não pestanejava pra largar minhas coisas em casa e ir dormir na casa das minhas ‘amiguinhas’ ou da minha Tia Elna (onde passei inúmeros finais de semana da minha infância brincando no fundo do quintal de pé no chão).

Fui crescendo rodeada de amigos também. Fiz amigos-irmãos no Colégio Brasília onde estudei de 1984 a 1997... quando saí do Brasília pro Master em 1998 não foi diferente, e acrescentei algumas pessoas pra esse rol... nos 5 anos de faculdade idem (de 1999 a 2003)... mais amigos-irmãos! Eu sempre tive a sorte de encontrar pessoas maravilhosas no meu caminho, quer dizer, nem todas... bom, mas falo disso mais tarde.

O “problema” é que a gente cresce, né?! E aí os dilemas e os problemas da vida crescem também... fora o amadurecimento natural – principalmente entre mulheres, tão aguçado... de repente aquela amiga inseparável não é mais tão inseparável assim; de repente você nota que sua vida está povoada de pessoas novas, sejam elas definitivas ou não; de repente a sua mãe reclama que não sabe mais o nome de todos os seus amigos e de quem eles são filhos (claro... elas sempre fazem essa pergunta!:p).

Mas as pessoas continuam existindo!!! Claro!!! É só uma questão de adaptação das velhas amizades e de acomodação das novas, pelo menos assim eu penso que agi, sem deixar ninguém de lado, sem ingratidão, e acho que consegui! Tenho amigos tão antigos e tão presentes em minha vida... é um orgulho poder dizer isso.

Infelizmente (hora de falar daquilo...) nem todas as pessoas são o que aparentam ser por anos e anos... daí você toma um susto, leva um baque tremendo, fica pasmado com aquela situação toda e magoado... putz... muito magoado. É uma decepção que não tem tamanho, sabe... posso dizer que pior do que qualquer homem pode te causar: amizade é amizade! Amizade é sagrada... é afinidade, é troca de energia, é amor sem interesse, sem sexo! (por isso não dá tanto rolo... kkkkkk). E eu - que sempre batia no peito - hoje sou muito mais cautelosa em apontar os meus amigos, em falar deles, em voar como onça pra cima de quem mexer com algum...

Valorizo MUITO meus amigos, mas excepcionalmente deixei a coisa chegar num ponto em que eu não estava designando corretamente o papel deles na minha vida, ou talvez alguns deles é que não estivessem fazendo o papel que eu esperava que eles fizessem...

Penso eu que amigo tem que ser um ‘acessório’... afinal, a vida É SUA, VOCÊ deve resolver os SEUS problemas, a você cabe TODAS as decisões da sua vida, até porque as conseqüências dessas decisões caem sobre você mesmo, não sobre o amigo que te aconselhou, não é verdade?

E conselho todo mundo dá, né?! A gente mesmo dá, claro! É sempre mais verde a grama do vizinho... é sempre mais fácil opinar quando não é você que tá no buraco... E outra: no fundo no fundo VOCÊ mesmo sabe o que quer fazer... VOCÊ sabe a resposta das suas dúvidas e o que é melhor pra si... muitas e muitas vezes você procura um amigo só pra ficar com a consciência tranqüila, tipo, “ah, ele também pensa como eu... é isso mesmo... vou ligar o foda-se e me jogar de cabeça nessa parada”... aliás, vocês já perceberam como a gente escolhe o amigo que vai procurar em determinada situação? Porra... é inconsciente [ou não]... você procura aquele que você acha que vai dizer o que você quer ouvir, e foge como o diabo da cruz daqueles que você sabe que vão dizer o que você não quer ouvir. Prestem atenção! Enfim... o que importa saber é que no final das contas, meus caros, a vida é VOCÊ e VOCÊ MESMO!

Tem tempo que venho pensando nisso, e ajudada pela terapia ou não, tô colocando os meus amigos no lugar certo... é mais ou menos assim: a gente anda com as próprias pernas, mas fica buscando com o olhar todos eles pra ter certeza que se você cansar ou cair eles tão ali pra te ajudar.. tem coisa mais bonita que isso?

Mas o que me deixa magoada é quando sinto que não estou sendo apoiada... quando MINHAS escolhas estão sendo questionadas por valores tão mesquinhos... recentemente me senti ridicularizada, e se não fui – se não foi essa a intenção – alguém que quero bem foi, então pra mim é como se eu tivesse sido também...

Digo e repito: há modos e modos de expressão, de se dizer TUDO que se quer... amigo que é amigo pode dizer qualquer coisa um pro outro, ora bolas, pode ‘escrachar’, pode tirar onda pesado (comigo então que não sou NADA fresca...), mas o que não se pode é faltar com o respeito, é fazer disso um deboche, é agredir. Isso acaba com o tino do companheirismo, indispensável nesse tipo de relação. E pior: causa constrangimento, desconforto.

Brincadeiras à parte (compreendidas em seu sentido estrito), senti uma perda de valores enorme nos comentários que fui obrigada a digerir, e dos quais já decidi que não vou ‘me’ defender... o tempo sempre dá a resposta que precisamos, e nesse caso ele poderá mostrar o quão medíocre foi a abordagem... só me sinto um pouco decepcionada... mas nada que abale essas relações... ah gente, amizade forte, amizade roots (como é o caso) tem que ser um ataque terrorista pra derrubar, né?! Não é qualquer “palpite infeliz”, plagiando Noel...

De fato, chateações acontecem, é normal, e hoje eu tô usando o blog pra dizer com todas as letras que não tô gostando NADA desse tipo de comportamento, e sugerindo que todos nós reavaliemos nossos conceitos... é sempre bom “saber por si mudar de tom” (dessa vez plagiando Camelo).

Me perdoem a postagem nada impessoal, fugindo um pouco do estilo que busco aqui no Tolices S/A, mas hoje eu precisava fazer esse desabafo. De qualquer forma, quero dizer que independentemente da minha questão pessoal, tudo que eu escrevi pode servir pra que os demais reflitam sobre o papel dos amigos em suas vidas e, mais ainda, no papel que estão desempenhando consigo mesmos. Não há nada melhor do que ser dono de si.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Outras tribos

Antes de começar, quero justificar a demora pra postar aqui no blog. O feriadão (não trabalhei na sexta) foi intenso e eu andei bastante agitada pra sentar e escrever alguma coisa por aqui... rs...

E foi justamente nesse feriado, na verdade na véspera dele, que me propus a “interagir” com outras tribos... eu explico! Meu terapeuta há tempos me recomenda fugir do marasmo de Aracaju (desculpe a critica áspera) estando com pessoas diferentes, em lugares diferentes... enfim, não é bem uma questão de deixar de freqüentar os lugares que você gosta, muito menos mudar de amigos, mas de ativar novas possibilidades, catalisar novas energias...

Então lá vai Paula... vamos mudar de “vibe”.

Fui encontrar o pessoal do trabalho pra um chopinho (depois de ouvir piadinha a semana inteira por ser aquela mala do setor que nunca vai aos encontros da turma...), e de lá saí como uma bala pra “Exclue-meBur”... quer dizer... Excalibur (falei certo, Adê?).

Era minha redenção, afinal, finalmente eu ia fazer parte da grande onda do momento na minha querida "capital da qualidade de vida": as noites sertanejas.

Mal cheguei e dei de cara com a visão do inferno!!! Acho que passei mais aperto pra entrar naquele pandemônio do que pra assistir o Red Hot Chili Peppers no Rock in Rio III (tinham cerca de 240.000 pessoas na cidade do Rock naquela noite...).

Aquele amontoado de pessoas suadas se estapeando e berrando pelos ingressos de R$10,00 que eram colocados à venda estrategicamente aos pares, de 30 em 30 minutos... puta que pariu... isso irrita qualquer um!!!! E a gente lá, espremido, estendendo o braço com aquelas araras vermelhas na mão... pensei por segundos que só me imaginaria vivenciando aquela cena antes se estivesse ali com um vinil do Abbey Road em punho esperando um paciente Paul McCartney assiná-lo por trás daquelas grades. Whatever... Entrei!!!!!!!

LO-TA-DO! De onde saiu tanta gente??? Que abafado era aquele??? Como faço pra conseguir comprar uma cerveja??? Alguma me empresta uma xuxinha? Eu esqueci a minha... [novidade...].

Finalmente comprei umas cervejas pra espantar o calor e quando descobri que seríamos só nós, as amigas, relaxei. Fiquei olhando a galera e pensando: se tantas pessoas queriam entrar nesse lugar hoje e eu estou aqui, tenho que me divertir de alguma forma... não pode ser tão ruim.

E de fato não era pra ter sido se não fosse por conta daquele lugar quente e abafado - daqueles que derrete sua maquiagem na segunda música; tem um atendimento PÉSSIMO - alimentado pelo sistema de compra de bebida que te força a enfrentar 2 filas: uma pra pagar, outra pra pegar - e, além de tudo, apertado - a gente praticamente tem que subir no palco pra se locomover de uma ponta a outra.

Se o lugar não estivesse tão cheio... peraí... se não estivesse tão cheio eu nem conseguiria ter entrado, né?! Rs... esqueçam... vamos reformular: se o lugar não fosse tão mal estruturado eu até poderia ter curtido mais...

Mas calma que essa blogueira que vos fala não desistiu das baladas açucaradas dos britânicos de Liverpool em prol das canções “segura cotovelo” das duplas de Goiás não!!!! É apenas uma questão de tolerância.

Eu pensei no que minha amiga Vanessa Bracinho disse aqui no meu post sobre Isabela Nardoni, aquela coisa da intolerância em massa. Pensei nisso quando na saída cruzei com uma paty produzidééééééérrima [as patys adoram sertanejo, né gente? Por que será? Acho incrível essa interação campo x Christian Dior... acho massa!] cantando com pronfunda emoção e a plenos pulmões uma determinada música lá. Bom... da mesma forma imagino que ela iria me achar ridícula debulhando em lágrimas, cantando de olhos fechados e a plenos pulmões o “na nana nananana nananana” de Hey Jude.

Conclusão: penso que preferência musical definitivamente é uma questão de bunda! Mas não tô falando da bunda de Carla Perez nem da Mulher Melancia não (embora a analogia até caia bem pro caso...), eu só quis dizer que gosto musical cada um tem o seu, e que você faça bom proveito dele!
Eu tenho aproveitado bastante o meu, escrevendo esse post altas horas da madruga, curiosamente ao som de uma dupla... só que da Noruega!!! Alguém arrisca um palpite do nome? ;)