terça-feira, 13 de maio de 2008

Los Hermanos (...os originais!)

Já escrevi aqui no blog sobre os meus sobrinhos (http://tolicessa.blogspot.com/2008/02/fiquei-pra-titia.html) e num futuro breve espero escrever sobre os meus pais. Por hora me deu vontade de falar sobre esses dois caras que fazem parte da minha vida desde o dia que eu nasci: meus “hermanos”. E se preparem que esse post vai ser dos grandes!!!

Cheguei 5 anos depois do meu irmão mais novo ter nascido (Juba Sam) e 7 anos depois do meu irmão mais velho (Deco).

A família – pelo menos na opinião do meu pai – já estava completa, mas minha mãe deu uma volta no garotão (meu pai tinha 33 anos na época) e me encomendou meio que à surdina... tudo isso porque ela queria uma menina. E ela conseguiu!

Reza a lenda que o tempo fechou lá em casa quando o teste positivo apareceu... mas no fundo no fundo Dona Vera estava certa e a família ganhou uma caçulinha (ainda bem, já tinha muito cheiro de cueca por lá! :p).

Todo mundo me fala que desde o início meus irmãos eram loucos por mim... (auuuuu!). Brincadeiras à parte, não me lembro de ouvir alguém contar que rolou ciúmes ou algo do tipo... eu era meio que um bibelô que merecia cuidados dos irmãos mais velhos e a gente foi crescendo assim.

Eu tinha tudo pra ser a criatura mais mimada do mundo!!! Era a menininha da família e a caçula. Os braços de minha mãe eram quase sempre meus, até porque eu amava andar no colo dela (preguiçosa desde cedo... aff...) e meus irmãos já estavam grandinhos demais pra isso. Mas contra todas as previsões e afora um dengo aqui e outro ali, eu nunca fiz o papel de mimada, graças a Deus.

Em grande parte devo isso aos meus irmãos. Eles me tratavam com carinho, mas não me davam colher de chá não... já maiores, durante as brigas fui trancada no banheiro ou no meu quarto “n” vezes... num dos episódios que eu mais gosto de contar, eles amarraram meus pés e minhas mãos, puseram uma frauda (de pano, claro... década de 80, gente!) na minha boca e me colocaram dentro do elevador pra que eu descesse do 12º andar onde morávamos até o térreo... SOZINHA! Fiquei PUTA no dia... mas hoje dou MUITA risada... eu realmente estava enchendo o saco deles... kkkkkk... aliás, eu adoro encher o saco deles até hoje (só espero que eles nunca mais me coloquem de pijama amarrada no elevador!) :p

Nossas relações, fora essas animosidades (eh eh), sempre foram de muita cumplicidade.

Juba sempre foi mais companheiro na infância e adolescência porque nossa diferença de idade era menor. Enquanto André já estava andando de skate e arranjando umas namoradas, a gente tava em casa construindo cabanas no meio da sala usando lençóis, pregadores, vassouras e as cadeiras da mesa de jantar. Ficávamos ali a tarde toda comendo Farinha Láctea com Nescau e assistindo Sessão da Tarde. Quando não, a gente fechava a cortina do quarto dele, deixava tudo escuro, e com a “radiola” no volume máximo fingíamos que estávamos fazendo um show... era só prender cabos de vassoura na lateral da cama, ajustar a altura usando almofadas e pegar nossas guitarras de plástico... putz... era massa... a gente sempre terminava com o vinil do RPM, aquele Ao Vivo!!!!

Ai... que saudade que deu... isso me fez lembrar também das manhãs em que os dois me acordavam ao som de “Seu Felipe, dorminhoco“ da Turma do Balão Mágico... Lembram dessa? “Aaaaaaaacorda!!! Dorminhoco tá na hora de acordar. Aaaaaaaacorda!!! Preguiçoso você tem que levantar. Pega todo mundo no colchão, joga esse folgado lá no chão... Aaaaaaaacorda!!! Seu dorminhoco, preguiçoso e folgadão!” kkkkkkk eles fizeram isso vááááááarias vezes!!! Eu fingia que tava puta, mas eu adorava... :p

Mas voltando a Juba, outra coisa que nos aproximava muito era nosso gosto por filmes. A gente podia passar horas assistindo De Volta Para o Futuro ou Os Gonnies... e de fato durante esses anos a gente era um grude só! Eu chamava meu irmão de “meu bichinho” e ele vivia cheirando entre os dedos do meu pé... kkkkkkkkk JURO!!!!

André já era uma outra geração, né?! Sei lá... são só 2 anos dele pra Juba, mas André sempre foi muito rueiro, nossos turnos no colégio eram diferentes e a impressão que eu tenho hoje lembrando daquela época é que eu enxergava ele como um “cara maduro”, com outros interesses, enfim, um irmão mais velho! E depois que ele passou no vestibular (1992 – eu tinha 11 anos) o convívio diminuiu mais, porque além da UFS ele começou a dar aulas pra ganhar uma grana. Eu acabava encontrando pouco com ele.

Em 1995, entretanto, Juba passou no vestibular e foi morar em Campina Grande. Dois anos depois André casou e eu fiquei “sozinha” em casa.

Muito tempo se passou e todo mundo cresceu. A radiola foi pro lixo, assim como o Genius e o Odissey. Juba continuava em Campina Grande, André foi morar no Rio e eu estava na faculdade.
Acho que nesses anos a coisa acabou se invertendo um pouco e minhas afinidades com André começaram a aflorar. Nossa diferença de idade já não era mais tão visível e a gente pôde se reconhecer... reconhecer o quão éramos cúmplices e não sabíamos aproveitar. Nossos gostos, nosso estilo de vida mais “aloucado”... as inúmeras afinidades que surgiram com o passar dos anos.

No começo, mesmo mais próximos, ele ainda era o cara que me mandava uma grana do Rio (a vida de universitária era dura, galera) e aquele cujo nome constava na agenda no espaço “em caso de emergência avisar a...”. Não que o nome dele não esteja mais, é justamente o que está, afinal de contas não quero matar meu pai nem minha mãe de infarto antes de me dar socorro, né?! Rs... mas foi especialmente depois que ele voltou do Rio que a gente se tornou inseparável, porque é isso que a gente é.

Na verdade tenho dois irmãos que têm estilos completamente diferentes, cujas relações que mantenho também são completamente diferentes. De idêntico só o amor... incondicional até o fim.

Juba é o cara que eu mais brigo na face da terra... kkkkkkk a gente é incapaz de desligar o telefone sem discordar de alguma coisa (ele mora no Rio há 5 anos). Segundo ele eu tenho que ser monitorada 24hrs. por dia porque sou uma criança! Fico puta quando ele me trata como se eu fosse uma retardada, uma incapaz... mas como a gente cresceu grudado eu até entendo... assimilei esse instinto protetor dele recentemente quando a gente foi com uma galera pro show de Roger Waters lá no Rio. Na entrada da Apoteose rolou um aperto federal... enquanto André (pica tonta total... kkkk) entrava todo empolgadão eu senti aquela mão por cima do meu ombro. Ele ficou assim até a gente conseguir entrar e ficar num lugar mais seguro...

De qualquer forma eu me divirto com essa “rabugice” que rola entre a gente, mas não dou o braço a torcer!!! Noutro episódio recente ele não queria me deixar ir ao Maracanã com um grupo de amigos. Me colocou a maior pilha pra desistir porque era perigoso, porque eu não tenho costume de ir pra estádio e isso e aquilo... claro que eu fui, né?! O que ele tem de cuidadoso eu tenho de teimosa! E deu tudo certo, graças a Deus. Foi massa!


Já André... bom, André é aquele cara que troca email comigo o dia inteiro só pra falar besteira... aquele cara que me liga 1h da manhã colocando pilha pra eu ir encontrá-lo em algum lugar da cidade só porque ta rolando um som que ele sabe que eu gosto... que é capaz de sair de casa tarde da noite só pra me “resgatar” num posto de gasolina porque eu abasteci meu carro e na hora de pagar o sistema do cartão saiu do ar. Daí ele paga minha gasolina e a gente ainda entra na Select pra beber alguma coisa e trocar uma idéia... como se não bastasse, 'o cara' é pai dos trocinhos que eu mais sou louca nessa vida: meus sobrinhos Artur e Bernardo.

Eu poderia ficar aqui horas e horas falando sobre meus irmãos, contando 'causos', falando sobre como cada um se mostra pra mim... mas acho que tudo se resume ao fato de que antes de mais nada meus irmãos são meus amigos... os meus melhores amigos. E é por essas e outras que eu amo estar viva, porque sei que por maior que seja a adversidade eu NUNCA vou estar sozinha.

Amo vocês...

4 comentários:

Danniel Melo disse...

Alguma hora esse blog vai virar livro... olha só o qeu tô falando! rs!
Esse post me trouxe muitas lembranças, Paulinha... pela minha proximidade maior com Juba, pude compartilhar muitos momentos com vcs da minha adolescência. Essa foto de vcs no quarto dele é o retrato que tenho desse tempo... ele te atazanando e vc, com cara de raiva, adorando! Digo p todo mundo que conheci vc de calcinha!! Mato alguns de inveja, até!! rs! é verdade... e nesse tempo pude ver como seus irmãos te amam de verdade.. muito! Cada um do seu jeito, claro.. como é em toda família! Adoro vc e todos dessa família que considero minha tb!
bjooooo! ;-)

Nani disse...

Esse post me deixou emocionada!! Vai ver que é pq falar de irmãos é bom DEMAIS!! E assim como vc, também sou caçula e também sou louquinha por meus irmãos, vc sabe disso!! ;)

Muito lindinho o que vc escreveu, Paulete! Digamos que na minha vida André fosse Bráulio e Juba fosse Isa... kkkkkkkkkkkkk! :p

ADOREI!!

Beijão!!
=******

Anônimo disse...

Dessa vez filha, vc me chorar por ter voltado ao tempo de vcs crianças, do tempo em si, trabalhoso, mas mto mágico, pois foi ali que eu e seu pai íamos plantando valores, conceitos, sementes prá uma vida adulta, essa que vc hj estão vivendo e, pelo menos, nesse de ser irmãos na expressão literal da palavra, vcs absorveram e nos premiam com esse "Oscar" em serem unidos, amados entre si, respeitando as individualidades de cda um, companheiros, cumplices, amigos. Obrigado Deus por eles serem meus filhos! Bjos.

Ah... disse...

Que bonito.
Que sincero.
=******