quinta-feira, 8 de maio de 2008

O Papel dos Amigos

Sempre bati no peito e enchi a boca pra falar dos meus amigos. Desde os tempos de colégio, graças a Deus, estive sempre rodeadas de pessoas queridas que me faziam me sentir mais querida ainda... minha mãe brincava dizendo que eu só queria viver na casa do povo, que não pestanejava pra largar minhas coisas em casa e ir dormir na casa das minhas ‘amiguinhas’ ou da minha Tia Elna (onde passei inúmeros finais de semana da minha infância brincando no fundo do quintal de pé no chão).

Fui crescendo rodeada de amigos também. Fiz amigos-irmãos no Colégio Brasília onde estudei de 1984 a 1997... quando saí do Brasília pro Master em 1998 não foi diferente, e acrescentei algumas pessoas pra esse rol... nos 5 anos de faculdade idem (de 1999 a 2003)... mais amigos-irmãos! Eu sempre tive a sorte de encontrar pessoas maravilhosas no meu caminho, quer dizer, nem todas... bom, mas falo disso mais tarde.

O “problema” é que a gente cresce, né?! E aí os dilemas e os problemas da vida crescem também... fora o amadurecimento natural – principalmente entre mulheres, tão aguçado... de repente aquela amiga inseparável não é mais tão inseparável assim; de repente você nota que sua vida está povoada de pessoas novas, sejam elas definitivas ou não; de repente a sua mãe reclama que não sabe mais o nome de todos os seus amigos e de quem eles são filhos (claro... elas sempre fazem essa pergunta!:p).

Mas as pessoas continuam existindo!!! Claro!!! É só uma questão de adaptação das velhas amizades e de acomodação das novas, pelo menos assim eu penso que agi, sem deixar ninguém de lado, sem ingratidão, e acho que consegui! Tenho amigos tão antigos e tão presentes em minha vida... é um orgulho poder dizer isso.

Infelizmente (hora de falar daquilo...) nem todas as pessoas são o que aparentam ser por anos e anos... daí você toma um susto, leva um baque tremendo, fica pasmado com aquela situação toda e magoado... putz... muito magoado. É uma decepção que não tem tamanho, sabe... posso dizer que pior do que qualquer homem pode te causar: amizade é amizade! Amizade é sagrada... é afinidade, é troca de energia, é amor sem interesse, sem sexo! (por isso não dá tanto rolo... kkkkkk). E eu - que sempre batia no peito - hoje sou muito mais cautelosa em apontar os meus amigos, em falar deles, em voar como onça pra cima de quem mexer com algum...

Valorizo MUITO meus amigos, mas excepcionalmente deixei a coisa chegar num ponto em que eu não estava designando corretamente o papel deles na minha vida, ou talvez alguns deles é que não estivessem fazendo o papel que eu esperava que eles fizessem...

Penso eu que amigo tem que ser um ‘acessório’... afinal, a vida É SUA, VOCÊ deve resolver os SEUS problemas, a você cabe TODAS as decisões da sua vida, até porque as conseqüências dessas decisões caem sobre você mesmo, não sobre o amigo que te aconselhou, não é verdade?

E conselho todo mundo dá, né?! A gente mesmo dá, claro! É sempre mais verde a grama do vizinho... é sempre mais fácil opinar quando não é você que tá no buraco... E outra: no fundo no fundo VOCÊ mesmo sabe o que quer fazer... VOCÊ sabe a resposta das suas dúvidas e o que é melhor pra si... muitas e muitas vezes você procura um amigo só pra ficar com a consciência tranqüila, tipo, “ah, ele também pensa como eu... é isso mesmo... vou ligar o foda-se e me jogar de cabeça nessa parada”... aliás, vocês já perceberam como a gente escolhe o amigo que vai procurar em determinada situação? Porra... é inconsciente [ou não]... você procura aquele que você acha que vai dizer o que você quer ouvir, e foge como o diabo da cruz daqueles que você sabe que vão dizer o que você não quer ouvir. Prestem atenção! Enfim... o que importa saber é que no final das contas, meus caros, a vida é VOCÊ e VOCÊ MESMO!

Tem tempo que venho pensando nisso, e ajudada pela terapia ou não, tô colocando os meus amigos no lugar certo... é mais ou menos assim: a gente anda com as próprias pernas, mas fica buscando com o olhar todos eles pra ter certeza que se você cansar ou cair eles tão ali pra te ajudar.. tem coisa mais bonita que isso?

Mas o que me deixa magoada é quando sinto que não estou sendo apoiada... quando MINHAS escolhas estão sendo questionadas por valores tão mesquinhos... recentemente me senti ridicularizada, e se não fui – se não foi essa a intenção – alguém que quero bem foi, então pra mim é como se eu tivesse sido também...

Digo e repito: há modos e modos de expressão, de se dizer TUDO que se quer... amigo que é amigo pode dizer qualquer coisa um pro outro, ora bolas, pode ‘escrachar’, pode tirar onda pesado (comigo então que não sou NADA fresca...), mas o que não se pode é faltar com o respeito, é fazer disso um deboche, é agredir. Isso acaba com o tino do companheirismo, indispensável nesse tipo de relação. E pior: causa constrangimento, desconforto.

Brincadeiras à parte (compreendidas em seu sentido estrito), senti uma perda de valores enorme nos comentários que fui obrigada a digerir, e dos quais já decidi que não vou ‘me’ defender... o tempo sempre dá a resposta que precisamos, e nesse caso ele poderá mostrar o quão medíocre foi a abordagem... só me sinto um pouco decepcionada... mas nada que abale essas relações... ah gente, amizade forte, amizade roots (como é o caso) tem que ser um ataque terrorista pra derrubar, né?! Não é qualquer “palpite infeliz”, plagiando Noel...

De fato, chateações acontecem, é normal, e hoje eu tô usando o blog pra dizer com todas as letras que não tô gostando NADA desse tipo de comportamento, e sugerindo que todos nós reavaliemos nossos conceitos... é sempre bom “saber por si mudar de tom” (dessa vez plagiando Camelo).

Me perdoem a postagem nada impessoal, fugindo um pouco do estilo que busco aqui no Tolices S/A, mas hoje eu precisava fazer esse desabafo. De qualquer forma, quero dizer que independentemente da minha questão pessoal, tudo que eu escrevi pode servir pra que os demais reflitam sobre o papel dos amigos em suas vidas e, mais ainda, no papel que estão desempenhando consigo mesmos. Não há nada melhor do que ser dono de si.

5 comentários:

Anônimo disse...

É só uma questão de adaptação das velhas amizades e de acomodação das novas, pelo menos assim eu penso que agi, sem deixar ninguém de lado, sem ingratidão, e acho que consegui!ADOREI ISSO! tanto tempo sem ler seu blog e hoje vim aqui, e me deparo com esse texto q já vivido por muita gente!adoro quando leio algo e me deparo com letras q escrevem por mim! Parabéns Paulinha! bjãooo

Nani disse...

Acho que perdi algumas coisas por aqui né??? kkkkk...

Não ia comentar, mas depois de ler o seu desabafo precisava fazer um comentário breve, que não tem muito a ver com o foco do seu post, mas que é relevante! ;)

Posso dizer como "irmã de miiiiga" que vc é uma amiga "do caralho" (Que Sônia não leia isso!) e que eu lamento muito por algumas pessoas não perceberem isso! Não sabem o que perdem!! =] hihihi..

Ahh.. e pra finalizar: Eu te amo MIIIIGA! hahaha!

Beijos,
Naninha =]

Anônimo disse...

Falou e disse, Paulinha...

=**

Ly Teixeira disse...

Bom Paula, primeiro lugar, estou feliz por ter voltado a escrever no blog, não tinha entrado antes porque estou um pouco ocupada com o projeto de mestrado. Hoje com calma, pude ler e me maravilhar com esse texto sobre amizade. Digo que por isso tudo e um pouco mais já passei e estou mais cautelosa ainda. Agora na casa dos 30 anos, penso ter amadurecido de uma forma quase inteira, penso também que não existe o amadurecimento completo, pq carregamos a nossa criança interior que às vezes grita por um afago.
Segundo falo que os inconscientes se atraem...e algumas pessoas passam, outras ficam em nossa vida por motivos maiores do que mesmo uma amizade, enfim, quero dizer que por mais de anos que não nos vemos, por não sermos "amigas" do dia-a-dia, por não trocarmos confidências mútuas e outras coisas que se relacione à uma amizade, digo que: eu sinto vc como uma amiga, pois, nos momentos que mais precisei de alguém pra conversar, pra me dar uma injeção de auto-estima, para me acompanhar no caminho de casa, esse alguém foi vc. E hoje falo que me identifico com a sua pessoa, além dos textos que me fazem sempre voltar aqui.

Danniel Melo disse...

Amiga super inteligente e allto astral... quero mais o quê?!?!?!
xero, amore meu!!
;-)