quinta-feira, 11 de setembro de 2008

11/09/2001

Você pode não lembrar onde estava na manhã de terça-feira da semana passada, mas com certeza você se lembra onde estava na manhã de 11/09/2001...

Eu estava aqui em Aracaju, no Fórum Gumercindo Bessa... era estagiária de Direito na 14ª Vara Cível quando recebi um telefonema. Minha mãe ao celular me contava que um avião havia atingido o prédio mais alto de Nova Iorque. Eu – no auge da minha ignorância – questionei: “Um avião? Aonde? No Empire State?” E minha mãe, pra piorar, disse que era... kkkkkkk


Bom, confusões à parte, fiquei embasbacada quando soube que se tratava de um avião comercial. Quando minha mãe mencionou o fato eu não imaginava a proporção daqueles atentados... pensei num avião pequeno, talvez um bimotor, mas não me passou pela cabeça dois aviões da American Airlanes se chocando deliberadamente contra aquelas torres gigantes... pois é, mas era exatamente o que tinha acontecido, sem contar com o avião que atingiu o Pentágono e o Vôo 93, que caiu na Pensilvânia (no que se acredita ocorreu através de uma intervenção dos passageiros).

Lembro que fiquei nervosíssima achando que era o começo da terceira guerra mundial... kkkkk... sei lá, me bateu um medo enorme... mas ao mesmo tempo fiquei meio reticente, dizendo que os americanos estavam colhendo o que plantaram, aquele discurso anti-americanista que vez por outra faz parte da minha retórica.

Cheguei em casa e minha mãe tava vidrada na Globo. Carlos Nascimento narrando e aquelas imagens terríveis de pessoas se jogando das janelas, aquela fumaça, aquele desespero!!!

Sete anos depois, evidentemente, eu continuo repudiando os ataques... de fato tudo que aconteceu foi uma imensa barbaridade, mas muitas barbaridades piores acontecem todos os dias em lugares como Israel, Angola ou Iraque e a diferença é que esses fatos não chocam mais a gente... habituados aos noticiários, habituados a olhar esses povos até com um certo desprezo....

Ficamos chocados em ver os americanos, no auge da sua arrogância, serem deflagrados dentro de casa. Arruinaram o World Trade Center, um dos maiores símbolos da “superioridade capitalista” americana. Sem dúvida, foi um golpe fatal naquele orgulho patriótico tremendo...

E eu lhes pergunto: por que nos chocamos tanto? Ou melhor: por que não nos chocamos com os carros bomba da Turquia da mesma maneira que nos chocamos com os ataques de 11/09? Seríamos nós iguais a eles?

O certo é que os ataques de 11/9 robusteceram ainda mais a altivez americana (se é que isso era possível). O orgulho nacional, bastante abalado, fez com que a política internacional do execrável presidente Bush se enrijecesse consideravelmente e tornou os americanos ainda mais céticos com relação ao resto do mundo, especialmente com relação as nações mais pobres, como a nossa. Não é apenas uma questão política, meus caros, é uma questão étnica mesmo. Duvidam? Visitem os EUA e comprovem...

A megalomania dos americanos está transformando o enorme buraco deixado pelo WTC em novos prédios, tão avantajados quanto o tamanho de seu civismo. É... o capitalismo naturalmente sobreviveu aos ataques, e a caríssima região no coração financeiro de Manhattan não poderia dar lugar a uma praça ou qualquer outro tipo de memorial, conforme inicialmente cogitado pelas famílias que tiveram seus entes mortos na tragédia. Aliás, acho que no fundo no fundo até elas mesmas querem ver erguidos prédios ainda mais exagerados que o WTC... enfim, não julguemos. O fato é que as obras estão à pleno vapor.

Pra quem achou meu post um pouco seco, frio... tranqüilizo-os. Sou gente, sou do bem, sou da paz... quero que o Osama Bin Laden sofra por tudo que tem causado, inclusive pelos atentados de 11/9. Sinto pelas pessoas que morreram. Sinto pelas famílias. Sinto pela desordem do mundo. Confesso que quando estive em 2005 no local onde os prédios caíram, e tive uma idéia ainda mais real do que havia acontecido naquela manhã, fiquei emocionada... não tinha como não endurecer o semblante vendo aquilo ali diante dos olhos... lembrei das imagens que eu vi na TV... deve ter sido muito duro pra eles, seria duro pra qualquer nação do mundo.

Hoje o local está completamente cercado por tapumes em razão das obras. Há numa das ruas que cercam o local um pequeno memorial que conta a história do atentado e reúne objetos e imagens. Infelizmente não passei da porta, embora tenha ficado extremamente tentada a conhecê-lo (pagando 10 Dólares, claro!).

Em vários postais da cidade existem fotos do WTC erguido, assim como ele também está presente em bottons, camisetas e, claro, no coração de cada nova iorquino.

Numa esquina qualquer não é difícil se deparar com um cartaz estampando os dizeres: “We will not forget”. E eles não vão esquecer mesmo...

4 comentários:

Kaká Barbosa disse...

é...se vcs que estavam aí sentiram isso, imagine eu que estava aqui na época...foi um dos piores dias da minha vida...eu sim, nunca vou esquecer MESMO...mas enfim..como o mundo dá um milhao de voltas, cheguei ontem, dia 11 de setembro em NY..o vôo foi tranquilo e na imigraçao eles foram simpáticos e agradáveis...tudo na paz...talvez eles estejam mesmo esquecendo..anyway, o dia foi de homenagens por aqui e no lugar do WTC, uma luz gigante, que dava pra ver daqui do Brooklyn, iluminava o céu da Big Apple..lindo de se ver, mas naum pude deixar de sentir aquele embrulho no estômago..

bjos e saudades! :))

Luciano Maynart disse...

Loda tbm tava lá! Ele foi pra estudar e ganhar dinheiro! Voltou mais burro e mais quebrado! kkkkk

Bjos

Vivz disse...

E isso já tem 7 anos, dá pra acreditar? Pra mim, isso foi tão marcante, que parece que foi ontem...

Anônimo disse...

Eu trabalhava no aeroporto de Aracaju e vi o choque do segundo avião.. foi aterrorizante.. sei que não posso comparar.. mas o fato de ver pessoas correndo da queda dos prédios me lembrou um episódio em SP, no dia que o tal do Marcola mandou fechar a cidade e todos os estabelecimentos comerciais.. divulgando vários atentados no metrô.. espalhando o terror na cidade!!!