Hoje na hora do almoço encontrei um amigo do meu irmão dos tempos de colégio que fazia tempo que eu não via.
Esse encontro me fez lembrar um episódio marcante da minha vida, dos meus bons e velhos tempos de estudante quebrada... quer dizer, quebrada não, quebrada eu sou hoje... Rs... dos meus bons e velhos tempos de estudante “lisa”!!!
Era fevereiro de 1999 (creio eu), 17 aninhos de praia, e uma turma estava indo pro Festival de Verão de Salvador, que eu ainda não conhecia. A carona tava certa, e uma das minhas melhores amigas que lá morava me garantiu que eu não ia ter gasto nenhum, a não ser com o ingresso... seria carona, casa, comida e roupa lavada.
Bom, resolvi ir com o dinheiro suficiente pra comprar minha entrada e mais um trocado qualquer no bolso, eu só não podia ficar de fora. A animação era enooooorrrrme!!!
Na ida peguei carona com o irmão dela, meu amigo também, e foi tudo tranqüilo. Ele bem sabia que eu não tinha um tostão furado! Cheguei em Salvador e a turma toda a mil, ansiosa pra chegar no Parque de Exposições... e lá fomos nós.
Durante o Festival, a primeira dificuldade financeira dessa “excussão” maravilhosa... o dinheiro que eu tinha levado só era suficiente pra beber UMA (!!!) caipiroska, mas eu e minha amiga tínhamos visitado o Mercado Mundo Mix que rolava por lá, e ela insistiu pra que a gente dividisse a compra de umas sombras “em pasta”, uma novidade na época... era um bastão com várias cores e a coisa desmontava a ponto de que cada uma de nós podia ficar com 6 cores de sombra cada uma.
Bom, atendendo aos apelos daquela cara de “cachorra pidona”, resolvi comprar as sombras... ela me convenceu que seria massa usá-las no Pré Caju, porque aquilo tinha um brilho maravilhoso e não sei o quê lá (o Pré Caju era o sumo do supra-sumo naquela época)... beleza! Fiquei a noite toda de bico seco e compramos as tais sombras, divididas por cores “amigavelmente” num par ou ímpar bastante conturbado, mas tudo bem, no final eu fiquei com a branca, teoricamente a mais disputada diante de tantas cores...
Voltamos pra casa e no dia seguinte hora de pegar estrada de volta a Aju City. O meu martírio estava só começando...
O irmão da minha amiga resolveu ficar em Salvador mais um dia, e como eu não podia estender minha estadia, fui alocada pra voltar com os amigos dele (um desses era esse amigo do meu irmão que eu encontrei hoje). Eram 2 carros com pessoas que eu conhecia, mas não tinha nenhuma intimidade...
Primeira parada: posto de gasolina. E como se eu já não estivesse desconfortável o suficiente por ver todo mundo rachando a gasolina e eu não poder me oferecer pra dividir, ainda escutei a tão temida frase "E aí, Paulinha... você tem alguma coisa pra contribuir?”. PUTA QUE PARIU... minha vontade era beber aquela gasolina pra perder a consciência e ESQUECER que eu tava vivendo aquela situação embaraçosa...
Mas não ficou por aí... saímos do posto e a galera inventou de almoçar antes de pegar estrada pra valer... Minha gente... almoçar? Pra quê??? Eu só pensava “Dá tempo de almoçar em Aracaju, gente... em casa... comidinha da mamãe, 0800... não???” Putz... tive que entrar numa churrascaria rodízio com aquela galera mais velha que eu mal trocava 2 palavras (na época), sentar naquela mesa comprida, todo mundo rindo, conversando e... comendo!!! Enquanto isso eu fingia que não estava vendo aquela quantidade enorme de picanha, alcatra, maminha e etc etc passando na minha frente, e que fome (fome?) era uma coisa exclusivamente psicológica...
Me neguei a almoçar, afinal, estava COMPLETAMENTE LISA e, finalmente, continuamos a viagem... eu vinha no banco de trás mais triste do que Guizmo quando via os Gremilins, completamente xôxa, acho que a essa altura até meio esverdeada e tonta... só pensava em chegar em casa e nunca mais ter que olhar pra cara de ninguém daquela viagem de tanta vergonha... eis que escuto um diálogo entre meus colegas de estrada: “E aí, vâmo entrar na Praia do Forte?”
MEU DEUS, POR QUÊ, MEU DEUS??????? SÓ PODE SER CASTIGO POR EU TER VIAJADO CONTRA A VONTADE DE MINHA MÃE...
Fiquei apreensiva... e enquanto eles discutiam se iam ou não entrar pra “dar uma volta” na Praia do Forte eu fazia em silêncio uma pequena prece...
Bom, acho que Deus estava muito ocupado na hora, lá fomos nós pra Praia do Forte...
A essa altura a fome já tinha ido embora... sabe como é... não sei se com vocês também é assim, mas tem horas que eu fico com uma fome tremenda, chega dói, mas eu demoro tanto pra comer que quando vou colocar alguma coisa no estômago já nem estou com mais tanta fome assim...
Pois é... mas se a fome tinha se esvaído com o tempo, eu era tomada por uma sede incontrolável, dessas que faz você se sentir como se acabasse de completar a meia maratona de Nova Iorque...
Olho pro lado e enquanto a gente caminhava sob o sol vespertino do litoral norte da Bahia, vejo a namorada de um dos meninos refrescando-se com uma garrafinha de Indaiá. Meu Deus do céu... como eu queria uma garrafinha de água... até um copo servia... eu só precisava molhar a goela... mas como se eu não tinha 1 Real no bolso??? (Não custa lembrar que com 17 anos, recém aprovada no vestibular, cartão e cheque são coisas que não fazem parte do seu cotidiano, né?!).
Eu precisava tomar um gole de água e aquela situação já estava beirando o desespero! Foi quando lembrei que tinha levado uns comprimidos de Neosaldina na bolsa (eu ainda não era alérgica... bons tempos!). Não titubiei!!! Tirei uma Neosaldina da cartela e mesmo com a cabeça extremamente sadia pedi a tal criatura um gole d´agua sob o pretexto de engolir meu comprimido.
Fiz aquela “pose de dor de cabeça” e... nossa... como valeu a pena tomar aquela Neosaldina... nunca foi tão bom me medicar. Na verdade, hoje acredito que minha alergia a Neosaldina começou dali... Rs...
Meu pesadelo teria sido ainda maior se a galera tivesse atendido ao convite da namorada de um dos meninos que chamou a todos pra “tomar café” na fazenda dos pais dela ali no caminho de volta... nossa... mais uma parada com aquela galera e eu ia simular um desmaio... felizmente o pessoal desistiu e em pouco tempo me deixaram em casa.
Fiquei um tempo sem querer encontrar ninguém... depois passou... mas com certeza eu nunca mais vou esquecer o meu primeiro Festival de Verão de Salvador. Fiz questão de voltar há pouco tempo atrás. Com camarote comprado pro show de Ben Harper e cerveja atrás de cerveja na mão, dei muita risada lembrando da minha primeira visita ao evento... e tem como esquecer?
Esse encontro me fez lembrar um episódio marcante da minha vida, dos meus bons e velhos tempos de estudante quebrada... quer dizer, quebrada não, quebrada eu sou hoje... Rs... dos meus bons e velhos tempos de estudante “lisa”!!!
Era fevereiro de 1999 (creio eu), 17 aninhos de praia, e uma turma estava indo pro Festival de Verão de Salvador, que eu ainda não conhecia. A carona tava certa, e uma das minhas melhores amigas que lá morava me garantiu que eu não ia ter gasto nenhum, a não ser com o ingresso... seria carona, casa, comida e roupa lavada.
Bom, resolvi ir com o dinheiro suficiente pra comprar minha entrada e mais um trocado qualquer no bolso, eu só não podia ficar de fora. A animação era enooooorrrrme!!!
Na ida peguei carona com o irmão dela, meu amigo também, e foi tudo tranqüilo. Ele bem sabia que eu não tinha um tostão furado! Cheguei em Salvador e a turma toda a mil, ansiosa pra chegar no Parque de Exposições... e lá fomos nós.
Durante o Festival, a primeira dificuldade financeira dessa “excussão” maravilhosa... o dinheiro que eu tinha levado só era suficiente pra beber UMA (!!!) caipiroska, mas eu e minha amiga tínhamos visitado o Mercado Mundo Mix que rolava por lá, e ela insistiu pra que a gente dividisse a compra de umas sombras “em pasta”, uma novidade na época... era um bastão com várias cores e a coisa desmontava a ponto de que cada uma de nós podia ficar com 6 cores de sombra cada uma.
Bom, atendendo aos apelos daquela cara de “cachorra pidona”, resolvi comprar as sombras... ela me convenceu que seria massa usá-las no Pré Caju, porque aquilo tinha um brilho maravilhoso e não sei o quê lá (o Pré Caju era o sumo do supra-sumo naquela época)... beleza! Fiquei a noite toda de bico seco e compramos as tais sombras, divididas por cores “amigavelmente” num par ou ímpar bastante conturbado, mas tudo bem, no final eu fiquei com a branca, teoricamente a mais disputada diante de tantas cores...
Voltamos pra casa e no dia seguinte hora de pegar estrada de volta a Aju City. O meu martírio estava só começando...
O irmão da minha amiga resolveu ficar em Salvador mais um dia, e como eu não podia estender minha estadia, fui alocada pra voltar com os amigos dele (um desses era esse amigo do meu irmão que eu encontrei hoje). Eram 2 carros com pessoas que eu conhecia, mas não tinha nenhuma intimidade...
Primeira parada: posto de gasolina. E como se eu já não estivesse desconfortável o suficiente por ver todo mundo rachando a gasolina e eu não poder me oferecer pra dividir, ainda escutei a tão temida frase "E aí, Paulinha... você tem alguma coisa pra contribuir?”. PUTA QUE PARIU... minha vontade era beber aquela gasolina pra perder a consciência e ESQUECER que eu tava vivendo aquela situação embaraçosa...
Mas não ficou por aí... saímos do posto e a galera inventou de almoçar antes de pegar estrada pra valer... Minha gente... almoçar? Pra quê??? Eu só pensava “Dá tempo de almoçar em Aracaju, gente... em casa... comidinha da mamãe, 0800... não???” Putz... tive que entrar numa churrascaria rodízio com aquela galera mais velha que eu mal trocava 2 palavras (na época), sentar naquela mesa comprida, todo mundo rindo, conversando e... comendo!!! Enquanto isso eu fingia que não estava vendo aquela quantidade enorme de picanha, alcatra, maminha e etc etc passando na minha frente, e que fome (fome?) era uma coisa exclusivamente psicológica...
Me neguei a almoçar, afinal, estava COMPLETAMENTE LISA e, finalmente, continuamos a viagem... eu vinha no banco de trás mais triste do que Guizmo quando via os Gremilins, completamente xôxa, acho que a essa altura até meio esverdeada e tonta... só pensava em chegar em casa e nunca mais ter que olhar pra cara de ninguém daquela viagem de tanta vergonha... eis que escuto um diálogo entre meus colegas de estrada: “E aí, vâmo entrar na Praia do Forte?”
MEU DEUS, POR QUÊ, MEU DEUS??????? SÓ PODE SER CASTIGO POR EU TER VIAJADO CONTRA A VONTADE DE MINHA MÃE...
Fiquei apreensiva... e enquanto eles discutiam se iam ou não entrar pra “dar uma volta” na Praia do Forte eu fazia em silêncio uma pequena prece...
Bom, acho que Deus estava muito ocupado na hora, lá fomos nós pra Praia do Forte...
A essa altura a fome já tinha ido embora... sabe como é... não sei se com vocês também é assim, mas tem horas que eu fico com uma fome tremenda, chega dói, mas eu demoro tanto pra comer que quando vou colocar alguma coisa no estômago já nem estou com mais tanta fome assim...
Pois é... mas se a fome tinha se esvaído com o tempo, eu era tomada por uma sede incontrolável, dessas que faz você se sentir como se acabasse de completar a meia maratona de Nova Iorque...
Olho pro lado e enquanto a gente caminhava sob o sol vespertino do litoral norte da Bahia, vejo a namorada de um dos meninos refrescando-se com uma garrafinha de Indaiá. Meu Deus do céu... como eu queria uma garrafinha de água... até um copo servia... eu só precisava molhar a goela... mas como se eu não tinha 1 Real no bolso??? (Não custa lembrar que com 17 anos, recém aprovada no vestibular, cartão e cheque são coisas que não fazem parte do seu cotidiano, né?!).
Eu precisava tomar um gole de água e aquela situação já estava beirando o desespero! Foi quando lembrei que tinha levado uns comprimidos de Neosaldina na bolsa (eu ainda não era alérgica... bons tempos!). Não titubiei!!! Tirei uma Neosaldina da cartela e mesmo com a cabeça extremamente sadia pedi a tal criatura um gole d´agua sob o pretexto de engolir meu comprimido.
Fiz aquela “pose de dor de cabeça” e... nossa... como valeu a pena tomar aquela Neosaldina... nunca foi tão bom me medicar. Na verdade, hoje acredito que minha alergia a Neosaldina começou dali... Rs...
Meu pesadelo teria sido ainda maior se a galera tivesse atendido ao convite da namorada de um dos meninos que chamou a todos pra “tomar café” na fazenda dos pais dela ali no caminho de volta... nossa... mais uma parada com aquela galera e eu ia simular um desmaio... felizmente o pessoal desistiu e em pouco tempo me deixaram em casa.
Fiquei um tempo sem querer encontrar ninguém... depois passou... mas com certeza eu nunca mais vou esquecer o meu primeiro Festival de Verão de Salvador. Fiz questão de voltar há pouco tempo atrás. Com camarote comprado pro show de Ben Harper e cerveja atrás de cerveja na mão, dei muita risada lembrando da minha primeira visita ao evento... e tem como esquecer?
5 comentários:
MINHA AMIGAAAAAA...QUASE CHORO DE RIR IMAGINANDO A SITUAÇÃO!!! UAHUAHUAHUHAUAUAH KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
me diga quem era o amigo váaaaa!!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
amei paulinha...
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
eu tb já aprontei umas dessas...
é a tal da lei de murphy..
kkkkkkkkkkkkkkkkkk
beijão!!!
ótimo texto!!!
Sua viagem foi a "visão do inferno!" A experiencia diz, no entanto, que a saida é tomar um $ emprestado de alguem do grupo ( GERALMENTE QUEM TEM MAIS É QUEM FICA CHAMANDO PRA GASTAR), participar e pagar no destino.
Mas agora não precisa mais...
PS.: visitei vc a partir de um Embrulho no Estomago.
Mas que povinho malvado ein! Deixar uma adolescente tão sibite COM FOME enquanto se refestelavam? ECA! Eles certamente não conheciam o ECA!
Paula, não sei por que cargas d'água meu nome saiu como Linda...
enfim... fui eu que escrevi..
Para complementar, este foi um dos melhores do seu blog... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
como o ser humano é ruim...
me esbaldei de rir com a sua desgraça...
kkkkkkkkkkkkkkkk
beijão!!!
Postar um comentário